Entrevista:O Estado inteligente
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sábado, junho 09, 2012
A ameaça da inflação - JOSÉ MILTON DALLARI
O Estado de S.Paulo - 09/06
É válida a cruzada do governo para tentar baixar o juro no País. Os números falam por si mesmos: um brasileiro que recentemente parcelasse suas compras com cartão de crédito em 12 vezes pagaria juro de mais de 200% ao ano. Se usasse o cheque especial pelo mesmo prazo, desembolsaria só de juro uma vez e meia o preço do produto. São patamares que não existem em nenhum outro lugar do mundo. E explicam por que muita gente que se endividou nessas modalidades de crédito não conseguiu pagar e foi parar na lista dos inadimplentes.
Numa primeira tacada, o governo usou os bancos públicos - Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - para provocar um efeito cascata de redução das taxas nas instituições privadas. Em seguida, mudou as regras de remuneração da poupança - que vai render um pouco menos - e abriu caminho para que o Banco Central (BC) pudesse reduzir a Selic, a taxa básica de juros, a patamares históricos. Atualmente, ela está em 8,5%. Mas o mercado já especula que ela possa chegar a 8% em dezembro.
A questão que se coloca é: o que vai acontecer com a inflação? Com juro neste novo patamar, a atividade econômica é estimulada, assim como o consumo. E é preciso lembrar que o Brasil vive um cenário de quase pleno emprego, com reajustes reais de salário. O efeito colateral pode vir numa elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação. Em abril, o IPCA deu um susto: saiu de 0,21%, em março, para 0,64% - a maior taxa em um ano. Mas, segundo previsões do mercado, deve arrefecer nos próximos meses, ficando ao redor de 5% este ano.
Segundo o Banco Central, a inflação vinha declinando com a menor elevação nos preços agrícolas por atacado e a retração de preços dos produtos industriais. Mas, em abril, o efeito da alta do dólar já aparece na conta do supermercado. Os artigos de limpeza ficaram mais caros, em parte, por causa do dólar mais valorizado (insumos dessa indústria são importados). E há indícios de que o óleo de soja tenha tido influência do câmbio, já que o dólar mais alto estimulou a exportação do produto, reduzindo a oferta interna.
O aumento de preços se dá pelo aumento da demanda, mas também pode ocorrer pela valorização do dólar em relação ao real. A lógica é que os produtos importados fiquem mais caros. E o próprio governo vem estimulando a alta da moeda americana como forma de beneficiar os exportadores e impulsionar o crescimento econômico. Só em abril, o BC comprou dólares no mercado 16 vezes.
Além disso, o cenário internacional será determinante para a inflação no Brasil. Se a crise na Europa se agravar e se a China e os Estados Unidos crescerem menos, a chance de o dólar subir ainda mais é real.
O governo diz que a alta do dólar não preocupa. Mas preocupa, sim. Como o efeito das reduções da taxa básica de juro leva até seis meses para ser sentido na economia, é provável que o próximo ano comece com a inflação em ritmo ascendente. As estimativas para o IPCA em 2013, que giravam ao redor de 5,5%, agora se aproximam de 6%. Portanto, mais longe do centro da meta, de 4,5%, e mais perto do teto, 6,5%.
Cabe, pois, ao Banco Central calibrar as próximas quedas de juro para evitar, no futuro, o recrudescimento inflacionário. Com a possibilidade de a inflação romper os 6% no ano que vem, o BC teria de voltar a elevar a Selic. Isso mostra que, para que o País alcance o equilíbrio entre juro baixo e inflação sob controle, o governo precisa também promover um esforço fiscal mais forte.
Não se pode colocar todo o peso do ajuste cíclico sobre os ombros do Banco Central. O governo deve reduzir os gastos públicos de forma a evitar aumentos adicionais de juro. Por enquanto, não se vê nenhum movimento nesse sentido.
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