Entrevista:O Estado inteligente

domingo, outubro 03, 2010

O impossível pede passagem Villas-Bôas Corrêa

JORNAL DO BRASIL - 03/10/10



Qualquer tentativa de análise sobre a surpreendente reviravolta nos rumos da campanha eleitoral - com a candidata franca favorita, Dilma Rousseff, lançada e apoiada pelo presidente Lula e o poderoso esquema governista, despencando de escada abaixo, coma queda de dez pontos em duas semanas entre eleitores com curso superior -antes da última rodada de debates na rede Globo de TV, na quinta-feira passada, e a última pesquisa não irá além de um simples e tendencioso palpite de torcedor.
Por enquanto, devemos ficar nas modestas preliminares, que não são de desprezar. Em que errou o presidente Lula, o maior líder popular na história deste país, que está pagando um alto preço pelo excesso de confiança, tripudiando sobre os adversários, na verdade sobre o candidato da oposição, José Serra, que vinha perdendo pontos com a campanha de maçante monotonia, a bater na mesma tecla de promessas mirabolantes?
Um pouco de cautela e modéstia nunca fez mal a ninguém. E o inesperado chega em dose tripla: o tombo da candidata Dilma, até então a franca favorita, a estagnação do candidato José Serra e a disparada por fora da candidata Marina Silva, do Partido Verde, e que representa a surpresa e a novidade da defesa do meio ambiente.
Um pouco de água ainda passará debaixo da pinguela, até a abertura da primeira boca de urna, neste domingo das eleições. E entre as novidades não é irrelevante a complicação no exercício do voto para o cacho de candidatos a presidente e vice-presidente da República, governador e vice-go-vernador de estado - isto para o Executivo.
E para a murcha esperança de uma vassourada no pior Congresso de todos os tempos, o eleitor, sem tomar fôlego, deverá votar em dois candidatos a senador, em um deputado federal e em um deputado estadual.
O horário de propaganda eleitoral em rede nacional de televisão mais confundiu e irritou os eleitores do que ajudou a escolher os seus candidatos. Com as exceções que se diluíram no pacote do ridículo, foi um desfile constrangedor.
Os eleitores hoje têm de escolher os seus candidatos. E devem anotar nomes numa cola para facilitar uma votação, que é teste para os nervos e a paciência.
E até lá, matutar sobre as escolhas para não purgar o remorso por novos enganos. Não bastam o atual Congresso e a baixaria da campanha?

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