Entrevista:O Estado inteligente

sábado, outubro 24, 2009

Boatos sobre a morte de Kanye West tumultuam a rede

Assassinatos virtuais

Desde a morte (real) de Michael Jackson, a internet vem sendo
tomada por boatos que relatam a morte de celebridades do showbiz.
A vítima mais recente foi o rapper Kanye West

Nancy Kaszerman/Zuma Press
OBITUÁRIO FAJUTO
Kanye West: o acidente que
o matou seria obra da cantora
Taylor Swift?


Na semana passada, o rapper Kanye West foi vítima de uma brincadeira macabra. Segundo uma notícia que se espalhou sobretudo pelo Twitter, o americano teria morrido num acidente de carro em Los Angeles. A falsa informação, com o título "RIP Kanye West", enfureceu Amber Rose, namorada do artista. "Este tópico não é divertido e NÃO É VERDADEIRO!", escreveu, com aquele uso de maiúsculas que na internet indica ênfase. Não bastou para conter o boato. Pouco tempo depois de a mentira ter sido postada, na quarta-feira, "Kanye West morreu" foi o tema mais procurado na ferramenta de busca Google. Sites de fofocas davam detalhes do acidente. Foram divulgadas até fotos de um carro arrebentado – seria o veículo em que o rapper teria morrido. Boa parte dos sites com informações fajutas foi criada por hackers, que introduziram vírus nos computadores de quem buscava informações sobre o cantor. A agilidade sem precedentes na transmissão de informações que a rede instaurou no mundo tem esse efeito colateral: a mentira também viaja rápido.

Boatos desse tipo intensificaram-se depois da morte (real) do cantor Michael Jackson e da atriz Farrah Fawcett, em junho passado. Além de Kanye West, a cantora Britney Spears e os atores Jeff Goldblum, Harrison Ford, George Clooney e Natalie Portman estão entre os mortos pela internet. A notícia falsa sobre a morte de Natalie foi especialmente grotesca: ela teria caído do alto de um penhasco na Nova Zelândia. Esse gênero de assassinato virtual é movido por interesses financeiros. Editor do fakeawish.com, um site que permite aos internautas inventar fofocas sobre celebridades do showbiz, o americano Rich Hoover é um especialista do noticiário de araque. Sempre que um de seus boatos cola, o acesso a seu site cresce, chegando a bater em 500 000 – o que lhe garante mais ganhos dos anunciantes.

A morte de Kanye West foi atribuída a outro site mentiroso, o 4Chan. Imediatamente após o boato, o Twitter foi tomado por comentários vingadores de fãs da cantora Taylor Swift – que pagou um mico sem tamanho em uma cerimônia de prêmios da MTV, quando Kanye West tirou um troféu de melhor vídeo de suas mãos, alegando que Beyoncé Knowles era mais merecedora. Houve quem afirmasse que Taylor estaria por trás do acidente que matou West – mas esse boato não pegou. Nesse oceano de bobagens, só o humor salva. Como o de Jeff Goldblum. Convertido pelos noticiários fajutos em morto que anda, ele teve o desprendimento de ler o próprio obituário em um programa de entrevistas.

Fotos Matt Sayles/AP e Peter Kramer/AP
LINDOS CADÁVERES
Britney Spears (à esq.) e Natalie Portman: queda nos penhascos
da rede

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