Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, novembro 04, 2008

União de forças O GLOBO EDITORIAL,

A crise internacional levará os sistemas financeiros em todo o mundo a um novo desenho. Muitas instituições encolherão, enquanto outras sairão bem mais fortalecidas.

O sistema financeiro brasileiro provavelmente estará na lista dos que se fortalecerão, pois não se envolveu nas operações de elevado risco que resultaram em estrondosos prejuízos, quase ocasionando a ruína de vários grandes bancos lá fora. Como se pôde observar nos números divulgados recentemente pelos maiores grupos financeiros privados nacionais, o setor se mantém como um dos mais lucrativos do planeta, com retorno sobre o patrimônio líquido (capital e reservas) e indicadores de solvência invejáveis. No entanto, se comparados a instituições de grande porte no exterior, os bancos brasileiros ainda têm pouca presença internacional, competindo apenas em nichos específicos para acompanhar atividades de empresas nacionais no exterior.

A fusão dos grupos Itaú e Unibanco deve ser vista por esse novo prisma, como um somatório de forças que permitirão ao grupo decorrente dessa união se equiparar a outros grandes grupos internacionais.

Itaú e Unibanco formarão um conglomerado financeiro que não só será o maior na América do Sul, mas estará entre os vinte maiores do mundo. Esse conglomerado reunirá ativos financeiros superiores a R$ 575 bilhões, com um patrimônio líquido da ordem de R$ 51,7 bilhões.

Como era de se esperar, a reação dos mercados ao anúncio dessa fusão foi positiva, com valorização das ações dos dois bancos em percentuais bem acima da média do dia.

É um negócio que deve funcionar como injeção de ânimo em momento que as perspectivas da economia mundial continuam nebulosas.

Cabe ressaltar que se trata de uma operação entre grupos privados, sem participação governamental, dias depois de o presidente Lula ter baixado uma medida provisória que autorizou bancos públicos a adquirirem instituições financeiras particulares, o que poderia ter sido interpretado como sintoma de fragilidade do sistema bancário brasileiro, a exemplo do que estaria acontecendo em outros países. Não só a fusão reforça a confiança no sistema bancário nacional, como, por ser feita à margem do Estado, é uma demonstração da capacidade da iniciativa privada no setor

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