Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Colômbia, Venezuela, Brasil: o delírio coletivo

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Não. Não é a primeira vez que a estupidez toma conta do mundo, de vários atores ao mesmo tempo, das mais variadas tendências e com moralidades as mais diversas. Refiro-me à “concertação” internacional (como diria Tarso Genro), liderada por Hugo Chávez, para libertar os reféns feitos pelas Farc. Comecemos pelo óbvio: todas as hostilidades do bufão de Caracas, até hoje, foram dirigidas contra o governo constitucional da Colômbia; jamais contra a guerrilha. O ditador venezuelano diz querer conversar com o líder dos narcoterroristas. Chávez é aliado dos bandidos, não é negociador coisa nenhuma. Ao governo da Colômbia, dada a pressão internacional energúmena, bucéfala, estúpida, não restou outra saída a não ser aceitar essa “negociação”, que contará com observadores de outros países, inclusive do Brasil. Fazer o quê?

Mas é um absurdo sem medida. As Farc, que vivem do tráfico de drogas, do seqüestro, do assassinato, da chantagem, da violência, tornam-se, assim, vejam só, interlocutoras de governo legalmente constituídos. Ora, a negociação só caminhou para este terreno porque os bandidos, incluindo Chávez, viram no episódio um momento excepcional para fazer seu proselitismo. E é justamente a apologia da bandidagem política que Chávez pretende fazer.

Sim, já se cometeu antes o Tratado de Munique para vez se Hitler deixava a Europa em paz. Mas como? Só foi preciso o pacto porque ele era expansionista. Depois foi Stálin, o bigodudo, a fazer um acordo com o bigodinho. Deu no que deu. Estamos vivendo um daqueles momentos em que vários governos erram em cascata ao aceitar participar da pantomima de um ditador e de bandoleiros. Ou melhor: não é erro, é má-fé. Exceção feita à França, os demais países são aliados de Chávez – e isso inclui o governo Lula, que, acreditem, mais do que amigo do coronel palhaço, é parceiro dos narcoguerrilheiros. Saibam que o “bolivarianismo” não integra formalmente o Foro de São Paulo; o PT e as Farc, sim. Juntinhos. Se estão juntos no foro, é porque julgam que um tem o que dizer ao outro e que ambos podem aprender com a experiência alheia, certo?

Chávez deu uma coletiva ontem. Fez pouco caso de Lula e de Marco Aurélio Garcia, o brasileiro metido na história. Os jornalistas se divertiram a valer. O Apedeuta agora é motivo de pilhéria do chavismo. O vagabundo se referiu ao “portunhol” de Lula, que, segundo ele, está melhorando. Chegou a afirmar que, antes, pouco entendia o que falava o brasileiro. Lula se nega a aprender inglês (ou não consegue) porque quer impor a língua portuguesa... Menos diante de Chávez. Como já afirmei aqui, o lulismo só agüenta ser humilhado por gente inferior...

Eu não tenho dúvida de que estamos diante de um formidável delírio coletivo. Ainda olharemos espantados para estes dias, a menos que se generalize a prática de os terroristas seqüestrarem pessoas e depois exigirem uma junta de governos para libertar reféns. Isso só está acontecendo por causa de Hugo Chávez. Em algum momento, será preciso parar esse delinqüente. Por bem ou por bem – no caso dele, vale dizer: na eleição ou no porrete.

O que está em curso é um flerte descarado com o terrorismo. Imaginem se a moda pega... Não por acaso, a Al Qaeda já estuda a possibilidade de ter um braço legal. Por que não? Reitero: exceção feita a Sarkozy – que, nesse caso, erra gravemente -, os demais “observadores” são aliados de Chávez ou, pior, da narcoguerrilha mesmo. É o caso do Brasil. Por que Lula não mandou como representante Fernandinho Beira-Mar, que já fez negócio com os narcotraficantes? O único risco era elevar o quociente de inteligência do grupo. Na moral, não mudaria muita coisa.

Estou sendo muito severo? Não estou, não. Garcia é aliado político das Farc no foro; Beira-mar, na venda de drogas. Acho que o bandido que está preso está mais perto da natureza do negócio.

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