Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, novembro 29, 2007

OS PATIFES DAS ZAMÉRICAS

por Adriana Vandoni

Evo Morales chegou ao poder na Bolívia anunciando pagar uma "dívida histórica" com os povos de origem indígena, como ele. Tudo certo se para alcançar a presidência ele não tivesse pregado, no lugar de oportunidades iguais aos povos desiguais, um confronto entre um e outro. Ao estilo esquerdopata patife que quer estabelecer o caos para estabelecer sua primazia. Esse pensamento anódino é recorrente na esquerda latina, aquela que quando chega ao poder, chega com o objetivo de extravasar todo seu rancor e recalque. Esse modelo que reúne populismos, autoritarismo, uma dose de demência e muito, mas muito cinismo, não deu certo em nenhum lugar do mundo. Mas esta nova geração de esquerdinhas aprendizes de déspotas latino-americanos, parece que não ter percebido que são projetos falidos.

Na Bolívia está iniciando um confronte de classes. Para se proteger e por não confiar no exército boliviano, Evo Morales convocou sua própria milícia, o Ponchos Vermelhos. Um grupo formado por índios aymaras radicais (mesma origem de Evo), cerca de 100 mil homens, segundo seus dirigentes, que de tão primitivos, na semana passada, durante uma assembléia no planalto andino (com a participação de outros grupos milicianos pró-Evo), realizaram um ritual onde degolaram dois cachorros, como uma amostra aos opositores de Evo do que eles são capazes de fazer. Edgar Patana, dirigente da Central Operária Regional de El Alto, anunciou que "começou a batalha decisiva, a última que esperava o povo".

Morales não só legitimou esse grupo miliciano antes ilegal, como concedeu a ele status militar e comparou a missão do grupo à do exército boliviano. O ato aconteceu em janeiro, durante a comemoração do primeiro ano de Evo Morales na presidência, quando o grupo Ponchos Vermelhos, desfilou pelas ruas de La Paz empunhando fuzis. Foi sob as ordens de Morales que o Ponchos Vermelhos marcharam na semana passada até Sucre, capital oficial da Bolívia, para defender a Constituinte. O confronto matou quatro jovens.

A situação que Evo Morales e o seu partido MAS está criando na Bolívia fere de morte a democracia, por outro lado atende exatamente aos projetos expansionistas do "patife mor das Zaméricas", Hugo Chávez.

Perceba que existe uma simetria nos discursos dos neo patifes. Evo não faz um só discurso sem que jogue toda a culpa da miséria de alguns nas costas dos "fazendeiros", que são contra as alterações na constituição por serem contra o povo indígena oprimido, ou seja, querem continuar explorando o povo boliviano, esse é o discurso de Evo. Ao mesmo estilo, aqui Lula diz retoricamente que "rico não gosta de ver pobre melhorando de vida".

Chávez conquistou o direito de permanecer no poder. Evo propôs isso na sua nova Constituição. Lula está armando seu 3º mandato e só não conseguirá se não quiser.

Agora vamos perceber a movimentação do "patife mor das Zaméricas". Na Bolívia, existe a suspeita de que Chávez tenha financiado a modernização do armamento de grupos paramilitares. No ano passado Evo e Chávez assinaram um acordo autorizando, caso haja confronto na Bolívia, que Chávez faça uma intervenção no país. Na Colômbia este desequilibrado estava tentando uma manobra para se aproximar das FARC com a desculpa de intermediar a libertação de seqüestrados. Lá o presidente Uribe o colocou para correr. Disse de forma certeira o que muitos já perceberam, que enquanto Chávez fala de imperialismo americano, suas pegadas mostram que ele deseja expandir o território venezuelano, e usa discursos e ideologias para conquistar o seu objetivo. No Brasil o "patife mor das Zaméricas" costuma manter contato direto com João Pedro Stedile, que comanda uma organização clandestina, pois o MST não existe juridicamente. Chávez entra e sai do Brasil sem ser anunciado como chefe de estado, apenas para se reunir com o MST.

E assim a América Latina perde mais uma oportunidade de se desenvolver, atrapalhada mais uma vez pela recorrência de déspotas de mierda, só que agora de esquerda. Enquanto o mundo se moderniza e discute assuntos relacionados ao seu desenvolvimento, nossos "chefes latinos" ainda discursam sobre luta de classes, um discurso de um século atrás, e que ainda existe apenas nas cabeças desses fascistas. É, o continente asiático já sentiu na prática e na pele o que é o socialismo, e nem de longe vemos que o desejam de volta. Quem sabe é a hora da América Latina sentir o peso real do socialismo. Na Ásia, só na China 70 milhões de pessoas perderam suas vidas, quantos morreriam na América Latina?

E assim começa a nascer a nova "ditadura democrática" na América Latina, banhada de sangue e liderada por esses patifes.

Publicado em 29/11/2007

Arquivo do blog