Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Dois pra lá e dois pra cá

Dois pra lá e dois pra cá

BLOG Ricardo Noblat

O prefeito José Serra foi meditar em Buenos Aires. Voltará amanhã ou no dia seguinte quando deverá se reunir em São Paulo com o senador Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB.

 

Jereissati vai perguntar a Serra o que já sabe - se ele topa ser candidato à sucessão de Lula. Serra topa.

 

E ouvirá dele o que já ouviu: que Serra só topa se o partido se unir em torno dele. E se apelar para que ele seja candidato.

 

Então Jerreissati procurará o governador Geraldo Alckmin para informá-lo sobre a resposta de Serra.

 

E também ouvirá dele o que já ouviu: que Alckmin apoiará Serra ou qualquer outro nome se o partido, por meio de uma consulta mais ampla, assim decidir.

 

Bem, desconheço o desfecho da novela. E desconfio que Jereisssati, também.

 

Alckmin sabe que suas chances de derrotar Lula são mínimas. Que o próprio Lula torce para enfrentá-lo.

 

Mas mesmo que perca a eleição sairá no lucro. Seu nome se tornará conhecido fora de São Paulo. E ele poderá disputar novamente em 2010.

 

Quem banca a teimosia de Alckmin fora ele mesmo e parte do PSDB?

 

Banqueiros e a Federação das Indústrias de São Paulo.

 

É pouco?

 

Não é. É quem manda.

 

Essa turma quer ver Serra pelas costas. Não o considera confiável. A ele se refere como personalista, voluntarioso, concentrador e cabeça dura.

 

A esquerda disputou o segundo turno da eleição presidencial de 2002 com dois candidatos - Lula e Serra.

 

A direita quer disputar a deste ano com Lula e Alckmin. Ficará feliz com a vitória de qualquer um deles.

 

(E não me venham com a história de que direita e esquerda acabaram depois que o Muro de Berlim foi derrubado. Por acaso Heloísa Helena e Antonio Carlos Magalhães pensam do mesmo modo? Ou Roberto Jefferson e Cristovam Buarque?)

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