Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Diogo Mainardi Lula é caro demais


Pelas minhas contas, Lula é caro demais. A gente não tem dinheiro para

bancar mais seis anos de petismo.

Exemplo 1:

Guilherme Estrella era sindicalista da CUT e presidente do diretório do

PT de Nova Friburgo. Quando Lula foi eleito, nomeou-o diretor de

Exploração e Produção da Petrobras, um dos cargos estratégicos da

companhia. A imprensa, na época, alertou para os riscos do aparelhamento

petista, que favorecia a filiação partidária em detrimento da

qualificação profissional. Agora, dois anos depois, já dá para avaliar

os resultados de sua gestão. Em 2004, a produção nacional de petróleo

caiu mais de 3%. Foi a primeira queda desde 1991. Nos oito anos de

Fernando Henrique Cardoso, a produção aumentou, em média, 10% ao ano.

Pulou de 692.000 barris diários, em 1994, para 1,5 milhão, em 2002. Se

Estrella tivesse mantido o ritmo de crescimento de seu antecessor, a

Petrobras estaria produzindo 315.000 barris diários a mais. Com o barril

a 45 dólares, perdemos cerca de 5 bilhões de dólares ao ano. Repito: 5

bilhões.

Exemplo 2:

O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, não se abalou com o mau

desempenho da companhia. Pelo contrário. Comemorou a queda de produção

de 3%. Disse que temia uma diminuição ainda maior. A produção de

petróleo caiu, segundo ele, por causa do atraso na entrega das

plataformas P-43 e P-48. O contrato com a Halliburton, empresa

responsável pela obra, previa uma pesada multa em caso de atraso. A

Halliburton atrasou, mas por algum motivo não teve de pagar a multa. O

rombo foi inteiramente transferido para o contribuinte. Dutra não tem um

passado empresarial. Fez carreira como sindicalista da CUT e senador do

PT pelo estado de Sergipe. Não sei o que é pior. A falta de tarimba

administrativa o levou a partidarizar as nomeações para cargos técnicos

e a abolir o esquema de bonificações instituído por Henri Philippe

Reichstul, que premiava os dirigentes que apresentavam ganhos de

produtividade. O efeito foi imediato. Queda de 3% na produção.

Exemplo 3:

Lula declarou, em campanha eleitoral, que as plataformas P-51 e P-52

deveriam ser construídas no Brasil. A bravata lulista levou a Petrobras

a suspender a licitação das obras no fim do governo passado. Atualmente,

a P-52 está sendo feita num estaleiro de Cingapura. Repito: Cingapura,

não Brasil. Em relação ao projeto original, será entregue com um ano de

atraso e irá custar 300 milhões de dólares a mais. Quanto à P-51, a

licitação foi vencida pela mesma empresa de Cingapura, pelos mesmos 300

milhões de dólares a mais, mas o atraso estimado, se tudo correr bem,

será de dois anos. As plataformas produzem 180.000 barris por dia. Cada

ano de atraso corresponde, portanto, a uma perda de quase 3 bilhões de

dólares.

Somando tudo: 5 bilhões de dólares pela queda de produção em 2004 + 3

bilhões pelo atraso de um ano da P-52 + 6 bilhões pelo atraso de dois

anos da P-51 + 600 milhões pelo aumento do preço das plataformas = 14,6

bilhões de dólares de custo lulista.

Isso só na Petrobras. Não dá para calcular os danos no resto do Brasil.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog